Diferente
Cada vez mais penoso, na contemporaneidade, ser o diferente, sentir a diferença do outro. O diferente está no gosto de uma comida, na escolha da decoração da casa, pela torcida do time de futebol, o melhor do grupo de rock, nas crenças religiosas e políticas. Mas não só em gostos e escolhas, segundo Freud (1919/1976a), o estranho está relacionado com aquilo que aparenta ser justamente o seu oposto, o familiar. Neste caso, estranheza e familiaridade são sensações vinculadas. Quando Freud apresenta a ideia do estranho, sendo o diferente familiar.
É tão familiar que a raiva do outro faz enxergar a sua raiva, estampados numa vitrine, na Av. Paulista, escancarada para milhões de outros. Fica exposta… há algo no outro que revela a mim mesmo, há algo em mim que se revela outro.
A relação entre aquilo que é eu e aquilo que é o outro, estão em constante relação. Não se pode perder o respeito do diferente, pois é ai que todos permanecem iguais. Ser livre nas ideias é campo fértil, criativo e flexível, e ainda, sem rótulos, ou melhor, ter a capacidade de utilizar quantos rótulos quiser.
O primeiro contato com o diferente, com o outro, quase que na totalidade é a mãe, como (Freud, 1914/1974b), citou:
O primeiro tomando como base o próprio eu, onde ama-se um outro que se pareça comigo, e o segundo caso quando se ama o outro que se assemelha com aquele que foi meu primeiro objeto de amor, tal como a mãe (Freud, 1914/1974b).
É o que acontece